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segunda-feira, 23 de abril de 2012


  Okay, estamos em meio a mais um daqueles momentos em que nossa sociedade se deixa levar por suas próprias criações.

  Ninguém tem dúvidas de que a maioria das mulheres tem apego por seu cabelo. Ninguém tem dúvidas de que  algo como raspar o cabelo de uma mulher ao vivo pode dar ibope. De fato, poucos teriam dúvida de que todo o plano tinha sido feito por qualquer outro motivo senão para dar audiência.

 Usuários e páginas estão colocando todo tipo de afirmação sugerindo que isto seria algo negativo por parte do programa, que é acusado de obrigar a panicat a raspar o cabelo para manter seu emprego e baixar seu nível de entretenimento.

  O que me espanta, porém, é a sistemática negação das opções da participante. Tendo visto o programa, qualquer um poderia lembrar das palavras de Babi enquanto considerava suas opções, chegando a dizer "eu prefiro ser chamada de carequinha do que de arregona."

  A recusa de participar, provavelmente, não implicaria na demissão da panicat, já que tantos outros desafios já foram recusados por diversos membros. Mas, digamos que a recusa realmente levasse à demissão. Não é esta ainda uma opção? Se Babi preferia seu cabelo a seu trabalho, bastaria que assim dissesse.

  A questão do nível de entretenimento ter sido baixo, de forma semelhante, parece estar mal estruturada. Afinal, o programa já colocava este tipo de desafio em diversos momentos para diversos competidores.  Talvez as reclamações sejam por este entretenimento não ser particularmente humorístico, mas sim um teste de coragem. Talvez por se tratar de uma mulher e da relação ideológica entre o feminino e os longos cabelos. entretanto, uma vez que a opção foi dela, estamos apenas discutindo opiniões pessoais.

  Talvez seja mais válido considerar as declarações de Babi, que sugerem que ela poderia estar participando por não querer uma imagem negativa para si, o que pode vir de sua própria noção de si ou de uma pressão do grupo, ambos sendo ainda assim de sua responsabilidade.

  Talvez seja melhor parar de tratar esta mulher como loira burra sem escolhas e começar a honrar suas escolhas, indiferentemente de concordarmos ou não com elas.